quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Rindo de Mim


Nada me vem, além disso!
Estou satisfeita na medida do possível com o meu umbigo,
afinal, seria uma insensatez dizer que o meu redor está progredindo.

Aos poucos tudo se acomoda,
Já me disseram isso diversas vezes e eu percebi que é melhor acreditar.
Gosto de como estou sentindo esse calor cheio de suores
Sorrio para os acontecimentos extraordinários e por vezes ordinários.

Acho que meus pés estão caminhando concisos nesse instante
mas melhor não compará-los ao andar (a)temporal do relógio.

Estou orgulhosa das minhas mãos,
mais ainda do meu pensar perspicaz que as conduz.
É! Estou começando a acreditar que aquela luz pequena
escondida entre o vão da maçaneta é uma saída em potencial...
Ou será a entrada para um novo beco?

Hum! Posso até teimar com uma certa distância de que hoje vai dar tudo errado
E eu vou rir...
Não estou mais com paciência de levar as tristezas tão a sério

Pode ser tudo invenção daquela parte racional, mas funcionando até que está,
por isso só me resta continuar...
Mas tem algo mais íntimo, onde essa razão não alcança
que me deixa leve. Que me deita desnuda sem medo de errar

Aquele sentimento piegas, meio intraduzível e boçal
que leva poetas a loucuras e homens a humilhação;
É ele que está se tratando de me tratar bem.
Até quando?
Até a próxima eloqüência estúpida sem fundamento aparecer.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Mulherzinha


Tenho uma essência de Mulherzinha

Que quer e não quer ao mesmo tempo
Que sonha e olha em volta quando está no caminho de casa
Que vê um futuro lindo e não sabe dar um próximo passo.

Mas, o melhor ou pior é que nessa mesma essência mora um outro alguém
E que sabe que tudo passa, tristezas, alegrias e tudo que tiver no tempo presente

É um quase de desapego racional
Com a promessa de não se pregar em nada que possa escapar,
sumir ou ferir...
É também um jeito de assegurar a paz,
Afinal, não me adianta chorar o passado que não é capaz de voltar
Não adianta sofrer o desencanto que não pode mais brilhar.

Olho pra frente, com esses olhos do outro alguém e vejo
um “muro” que separa eu de minhas mágoas
Melhor assim...
Prefiro acreditar que não posso sentir o que não lembro,
e não posso lembrar o que não vejo.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

O passado que não serve pro futuro


Andam dizendo desde que nasci
Que somos seres sugadores de tudo que nos oferecem.

Às vezes roubamos essa quase completude do outro
e traduzimos para o nosso Eu como parte de um
quebra-cabeça semi-pronto que temos por dentro.

Ou então, como se fosse um líquido,
essa informação escorre sobre os espaços vazios
da mente e penetra nas partes faltantes que
estão esperando para serem conectadas.

Mas, e quando tudo dessa sucção é insuficiente até
onde deveria servir com perfeição?

Fica um vazio de passado, como se o vivido
não tivesse tido a importância que teve.
É como se tudo ficasse esburacado
sem matéria para tampar os espaços,
por que naquele momento eu deveria ter sugado mais.

É um arrependimento sem piedade que chega e derruba o ego.
Que me faz sentir caminhar para trás.
Que me faz olhar para frente e não enxergar.

A possibilidade de enfrentar esses buracos do presente
me congela como uma incompetência explicita que é
colada na minha testa e parece estar à vista
de todos que me olham.

É... Falhei!

Agora vou sair quieta, com a consciência de que
meu erro teve uma conseqüência real.
De que pôde ser diferente e eu fiz ser igual.

Arrependimento passa!
Mas olhar pra ele só me faz crer o quão tolo fui
O quão tolo vou-me sentir ser.

Estou aqui esperando...
Assim como passou aquele, vai passar este, e o outro, e o seguinte...
Até eu encontrar um novo equívoco escondido nos atos covardes,
Misturados nas peças embaralhadas,
Escorridos nos buracos errados,
Enfraquecido diante do hoje e omitido no tempo do depois.