segunda-feira, 27 de abril de 2009

Sem ComPasso


Quase no fim
Mas ainda emperra.

Segura a alma,

Entristece o semblante,

Amorna o dia.

Parece mais com relógio avesso,

Gira com a demora do minuto,

Cada milésimo passado.


Igual a música que está a acabar,

Insiste na última batida,
Continua inebriando,
Mas deixa cego da próxima nota.


Contrário do som,

Desvaira a beleza,

Bate em descompasso.


Demasiado regressivo,

Segue um transviado alívio,
Frio, esquelético, indócil.


Com outro começo,

Aguarda o alicerce.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Despoema

SXC banco de imagens
Quem é aquele que te assombra?
Sorriso firme
Fala grossa
Olhos compenetrados

O que é aquilo que te devora?
O passado
A noite
O futuro

NA HORA DO ÊXTASE,
A RAZÃO DEVE FALHAR.
QUEM SENTE COM O JUÍZO,
NÃO PODE SER DE FÉ.

E por dentro segue a podridão.
Nada se vê
Nada se sente
Mas tem tudo pra ser fético.

Por fora, sombra mal formada.
Vai sem mim
Corre pra longe
Persegue a máscara.

Agora vaza o que nem sentido tem.
Reflete na poça de lágrima,
Vira para o lado esquerdo,
E dorme.

domingo, 5 de abril de 2009

Coração de Vento



De ponta cabeça,
Virado do avesso,
Perdido no ponto.

Qual sentido faz?
Só estilhaços de mim.

A parte que falta
Não tem encaixe,
O que restava fixado,

Acabou por esfarelar.

Pensamento inconsciente,
Inconseqüência racional,

Nada é coerente.

O mais perigoso
São os caminhos fechados,
Sem retorno,
Sem desvios,
Levando a lugar algum.

Obrigam a ficar no fronte,
Mesmo sabendo não ser a calçada certa
Para encontrar chegada.

Ao todo, não há certezas.
Só desencontros,
Sinais errados,
Cálculos mal ordenados,
Verdades caladas.

De resto, não há dúvidas.
Amanhã levanto,
Desligo a lástima,
Volto ao que não sou.