domingo, 7 de setembro de 2008

Máquina de Estalactite


Produzindo o máximo de lucro que um ser pensante pode com seu tempo escasso,
a pressão do relógio bate seu ponteiro insistente
rasgando meus ombros cheios de responsabilidades alheias.

Não sei como parar!

Meu cérebro fabricado para consumir tudo que lhe acha belo, reclama que o combustível está abaixo do permitido e começa a fundir outras peças vitais do meu eu,
gerando um intenso mau humor.

Minhas buscas então, começam a resumir-se em tudo que não é real
nessa bolha mundana em que vivo.
De qualquer forma, tento acelerar minhas passadas,
pois ouvi dizer que a vida é muito curta e
posso perder até o meu próprio fim.

O dinheiro torna-se um medidor de qualidade humana
e quanto maior é minha habilidade de produzi-lo e multiplicá-lo,
menos ilusões e fracassos irei encontrar pelo caminho.

Mas na verdade, pretendo ir embora pra outro lugar!

A idéia de não poder ser completa com a simplicidade,
de ter que ter muito para ser medíocre,
de produzir sem parar e não conseguir parar pra pensar,
Não me deixa viver bem por aqui.

Devo ter nascido em outro mundo!

Me cansa a idéia da minha imagem ser meu cartão de visita e
não quero perder minha poesia aflita por não poder perder tempo.

E por isso, meu estado de ser se tem
permanentemente exausto e pessimista, afinal,
não pertenço nem ao meu passado inexperiente
e nem ao meu futuro incerto.

Sem tempo, meus segundos se tornam muito mais que inimigos, são como minha sombra que n
ão larga meu pensar
nem quando estou descansando encostada no ponto de ônibus.

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